domingo, 19 de agosto de 2007

[Letra] No bailão da catacumba

Título: No bailão da catacumba
Letra: Eduardo Soares
Música: Pedro Guerra / Joca Martins
Ritmo: Vanera
Álbum: Domingueiro

[Declamado]
Bem lá no meio do nada
Perto de coisa nenhuma
Donde o chinedo se apruma
Pro alvoroço da peonada
Uma gaita pianada
Com mofo na baixaria
Resmunga até clareá o dia
Pra o bailão da gauchada
No costado do salão
Se erguia a tal catacumba
Que noite a fora retumba
O gaguejar da cordeona
No bailão da catacumba
O defundo, uma dona
Descansa ao som do pandeiro
No velho embalo campeiro
De bailar co'as querendonas

O baile corria solto
E as normas junto ao balcão
Não tá livre de carão
Quem chegá de atravessado
É pra bailá separado
E em respeito a falecida
A canha, só destorcida
Num guaraná bem gelado

Fica um retoço dos bueno
Quando a cordeona retumba
E o chinaredo se assanha
No bailão da catacumba

Numa prosa ao pé do ouvido
De uma guria da zona
Vinha o viúvo da dona
Numa marchita valseada
A carcaça cambaleava
E encordoava no meneio
Sempre no meo floreio
De uma vaneira largada

No final do rebuliço
Um namoro de campanha
Meia boteja de canha
Prá galopeá no caminho
Um resmungo de carinho
Bem no cogote da prenda
O resto, Deus nos defenda
Vamo ajeitá despacinho

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