domingo, 19 de agosto de 2007

[Letra] Milongão da Gineteada

Título: Milongão da Gineteada
Letra: José Estivalet
Música: Elton Saldanha
Ritmo: Milongão
Álbum: Domingueiro

Se amanheço mal dormido
Reinando e de bofe azedo
Viro o mate, quebro a cuia
Saio coiceando o cusquedo
Acordo quem tá dormindo
C'os grito da guaipecada
Faço um tendel na mangueira
Dando pau na matungada

Ao adentrar na mangueira
Uma zebua me atropela
Esfiapo um toco de trama
Batendo nos corno dela
É vaca, cavalo e home
Disputando o mesmo espaço
Até a minha sombra se esconde
De medo de entrar no laço

Meto o bocal no sebruno
Que dos mau esse é o pior
Cheguemo lá no palanque
Os dois lavado de suor
A gineteada é um bailongo
E a minha espora faz floreio
Sonho que tô no fandango
Co'as muchachas do rodeio

Mas há gineteada linda
E relincho de potro, bufo
E mangaço, tinir de espora
Mas há gineteada linda
Eu vou lá nas grimpas
Onde a curucaca mora
Mas há gineteada linda
É relincho de potro, é bufo
É mangaço, é tinir de espora
O pala atirei pra trás
A alma entreguei no más
Prá Nossa Senhora!

Saímos eu e o sebruno
Achatando o macegal
Eu proseando e ajeitando
Pra não judiá do animal
Destrato, chamo de podre
Carne pros corvo no inverno
Golpe, grito e manotaço
Chego a embarrar o meu terno

Depois voltemo pra estância
Os dois com cara de mau
Eu amolentado a golpe
E ele encoraçado a pau
Apoio diante ao galpão
Saco o recau
E dou-lhe um banho
Para que nunca se esqueça
Passo salmoura nos lanho

Deixo no más um recado
Pra evitar algum enredo
Nem chegue perto de mim
Quando estou de bofe azedo
Vou golpeale uma nos queixo
Bota ai na minha fatura
Que a changa tá garantida
Na cancha da ferradura

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